Para que Servem as Palavras?
Um monge aproximou-se de seu mestre, que se encontrava em meditação no pátio do templo à luz da lua, com uma grande dúvida:
- Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os Sutras e as recitações são feitos de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma está além dos termos, porque os termos são usados para defini-lo?
O velho sábio respondeu:
- As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que a aponta.
O monge replicou:
- Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?
- Poderia - confirmou o mestre - e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. A Lua está e sempre esteve à vista. O Dharma é eterno e completamente revelado. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio.
- Então - o monge perguntou - por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?
- Porque - completou o sábio - da mesma forma que ver a Lua todas as noites fazem com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na Verdade já revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário.
O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então, de súbito, simplesmente apontou para a lua.
O Som do Silêncio
Certa vez, um budista foi às montanhas procurar um grande mestre, que segundo acreditava poderia lhe dizer a palavra definitiva sobre o sentido da Sabedoria. Após muitos dias de dura caminhada o encontrou em um belo templo à beira de um lindo vale.
- Mestre, vim até aqui para lhe pedir uma palavra sobre o sentido do Dharma. Por favor, faça-me atravessar os Portões do Zen.
- Diga-me,- replicou o sábio,- vindo para cá vós passastes pelo vale?
- Sim.
- Por acaso ouvistes o seu som?
Um tanto incerto, o homem disse:
- Bem, ouvi o som do vento como um suave canto penetrando todo o vale.
O sábio respondeu:
- O local onde vós ouvistes o som do vale é onde começa o caminho que leva aos Portões do Zen. E este som é toda palavra que vós precisais ouvir sobre a Verdade.
Um monge aproximou-se de seu mestre, que se encontrava em meditação no pátio do templo à luz da lua, com uma grande dúvida:
- Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio. Mas vejo que os Sutras e as recitações são feitos de palavras; que o ensinamento é transmitido pela voz. Se o Dharma está além dos termos, porque os termos são usados para defini-lo?
O velho sábio respondeu:
- As palavras são como um dedo apontando para a Lua; cuida de saber olhar para a Lua, não se preocupe com o dedo que a aponta.
O monge replicou:
- Mas eu não poderia olhar a Lua, sem precisar que algum dedo alheio a indique?
- Poderia - confirmou o mestre - e assim tu o farás, pois ninguém mais pode olhar a lua por ti. As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar. A Lua está e sempre esteve à vista. O Dharma é eterno e completamente revelado. As palavras não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio.
- Então - o monge perguntou - por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?
- Porque - completou o sábio - da mesma forma que ver a Lua todas as noites fazem com que os homens se esqueçam dela pelo simples costume de aceitar sua existência como fato consumado, assim também os homens não confiam na Verdade já revelada pelo simples fato dela se manifestar em todas as coisas, sem distinção. Desta forma, as palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário.
O mestre ficou em silêncio durante muito tempo. Então, de súbito, simplesmente apontou para a lua.
O Som do Silêncio
Certa vez, um budista foi às montanhas procurar um grande mestre, que segundo acreditava poderia lhe dizer a palavra definitiva sobre o sentido da Sabedoria. Após muitos dias de dura caminhada o encontrou em um belo templo à beira de um lindo vale.
- Mestre, vim até aqui para lhe pedir uma palavra sobre o sentido do Dharma. Por favor, faça-me atravessar os Portões do Zen.
- Diga-me,- replicou o sábio,- vindo para cá vós passastes pelo vale?
- Sim.
- Por acaso ouvistes o seu som?
Um tanto incerto, o homem disse:
- Bem, ouvi o som do vento como um suave canto penetrando todo o vale.
O sábio respondeu:
- O local onde vós ouvistes o som do vale é onde começa o caminho que leva aos Portões do Zen. E este som é toda palavra que vós precisais ouvir sobre a Verdade.
Contos ZEN (por Jean Carlos Peyerl)
acho que eu vou precisar reler o primeiro mas gostei xD
ResponderExcluirq profundo o.o vou refletir
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