quinta-feira, 30 de julho de 2009

TAI CHI CHUAN

Dos diversos estilos de Kung-Fu/Wu-Shu, a mais famosa Escola Interna é a de Tai Chi Chuan (Taiji Quan). Sua linhagem filosófica é taoísta.
TAI CHI CHUAN ESTILO YANG
– Texto extraído do livro “Tai Chi Chuan – A Arte Marcial da Longa Vida” de Catherine Despeaux.
Se a família Chen foi o berço da Taiji Quan, a família Yang foi a fonte principal de sua propagação, graças a Yang Luchan, discípulo de Chen Changxing. Yang Luchan (1789-1872) cujo primeiro nome era Fukui, nasceu no distrito de Yongnian, na província de Hebei. Aprendeu o "boxe longo em trinta e duas posturas de Song Taizu '" (Song Taizu san shi er tu chang quan) com um mestre chamado Liu. Sang Taizu é fundador da dinastia Song, conquistou o trono pelas armas combatendo as populações bárbaras dos Quedam.
Embora tivesse nascido numa família camponesa próspera, precisou alistar-se, após a morte do pai, na milícia da aldeia Era então muito jovem. As milícias, aliás, se formavam essencialmente de jovens cujas famílias já não podiam encarregar-se deles.
A conselho do mestre, Yang Luchan foi estudar o Taiji Quan na família de Chen Changxing, em Chenjiagou. Como Chen Changxing só transmitia sua arte aos membros de sua família, Yang Luchan permaneceu junta dele por vários anos como criado, exercitando-se ás ocultas. Certa noite surpreendeu seu amo ensinando a seus discípulos exercícios de respiração e as "diferentes técnicas para emitir e tomar (a energia)"(na fa zhu shu). A partir desse dia, assistiu ás lições à revelia de todos. Quando, afinal, foi descoberto par Chen Changxing, este ficou surpreso com a sua mestria e decidiu revelar-lhe os segredos da família. Depois disso, Yang regressou inicialmente a Hebei para transmitir o Taiji Quan aos habitantes de sua aldeia natal. A técnica de combate que ali se praticava então se denominava "técnica das transformações" (hua quan) ou "arte do combate flexível" (xuan quan) ou ainda "técnica de combate ligada" (zhan mian quan), pois era executada com flexibilidade e com movimentos ligados uns aos outros sem interrupção. Ignoramos o tempo exato que Yang permaneceu em sua aldeia após regressar de Chenjiagou, mas, incitado principalmente por Wu Yuxiang, partiu para ensinar o Taiji Quan em Beijin, onde fundou uma escala. Foi com ele que o desenvolvimento do Taiji Quan começou a deslocar-se dos campos para as cidades, tendência essa que depois se acentuaria.
Em Beijin, Yang ensinou no exército dos manchus e teve, entre seus discípulos diversas personalidades da corte dos Qing. Desde então, votou-se, com os três filhos, ao ensino do Taiji Quan. Alcunhado de "o sem rival", era freqüentemente desafiado pelos mestres de outras escolas desejosos de medir-se com ele. Certo número de anedotas valoriza as poderes extraordinários de Yang Luchan, apresentado como herói invulnerável. Conta-se que, num dia de chuva, estando sentada em sua casa, viu a filha, que entrava com uma bacia de água nas mãos, na iminência de escorregar nos degraus da escada que dava acesso a casa. Yang Luchan deu um salto e alcançou-a sem que uma única gota de água se derramasse. Diz-se também que ele era capaz de permanecer colada a um muro com os pés a alguns centímetros do chão. Sua morte foi tão fabulosa quanto a do lendário criador do Taiji Quan, Zhang Sanfeng. É a morte típica dos mestres de c´han (zen) ou dos mestres taoístas da escola de Quanzhen. Ele teria mandada, um dia, dais filhos reunirem seus discípulos e descendentes. Após breve discurso, teria declarado aos assistentes que chegara o momento em que teria de deixar este mundo. E morreu na mesma instante.
Cada um dos três filhos de Yang Luchan desenvolveu seu próprio modo de ensino do Taiji Quan. Yang Banhou especializou-se na "pequeno encadeamento" (xiao jiazi), no qual o movimento era mais fechado que os do método paterno; Yang Jianhou consagrou-se ao "encadeamento médio" (zhong jazi), ao passo que Yang Fenfhou seguiu o "grande encadeamento" (da jiazi), herdado do pai D terceiro filho de Yang Jianhou, Yang Chengfu (1883-1936), foi o propagador do Taiji Quan em toda a China, que percorreu do norte ao sul, dirigindo-se nomeadamente a Nanquin, Xangai, Hangzhou e Hankou (Wuhan). O Taiji Quan espalhou-se, pois, a pouco a pouco, por todo o país, e foi depois da viagem de Yang Chengfu ao sul da China que se difundiu como técnica profilática.
Desse modo assinala-se, desde essa época, a mudança de natureza do Taiji Quan, que passou da técnica guerreira inicial á técnica psicossomática. Não obstante isso, na época o Taiji Quan continuava pouco conhecida fora de Beijin, a crermos num discípulo de Yang Chengfu, Chen Weiming, que confessa no prefácio de sua obra, Taiji Quan wenda, que, Quando começou a aprende-lo, poucas pessoas tinham ouvido falar no Taiji Quan. Porém, segundo Gu Liuxin, na época da revolução de 1911, o Taiji Quan já era conhecido em Beijin como técnica terapêutica; e ele cita o poema seguinte, da autoria de um certo Yang Jizi:
No Qingbai leichao, compilação de Xu Ke Publicada em 1917 e que encerra um capitulo sobre as artes marciais, está escrito "o boxe compreende duas correntes, o pequeno e o grande encadeamento". Não se menciona, contudo, o nome de Taiji Quan.
"Quem poderia ter previsto que a arte da escola Chen do norte
Se propagaria graças à família Yang do sul?
Quem teria podido pensar outrora que, a partir de Tan Gong,
O Taiji Quan se espalharia como arte terapêutica?'
Desgraçadamente, não sabemos quem é esse Tan Gong. Um discípulo de Yang Chengfu, Chen Weiming, contribuiu igualmente para a difusão do Taiji Quan da escala Yang, com seus escritos e aulas em Xangai. Chen Weiming, com efeito, é autor de vários livros sobre o Taiji Quan da escola Yang, que lhe teriam sido ditados por Yang Chengfu. No prefácio de um deles, intitulado Taiji Quan iangyi e escrito em 1925, conta como chegou ao Taiji Quan. Ouvira falar na Taiji Quan da corrente Wudang. Em 1915, dirigiu-se a Beijin e ali encontrou, primeiro, Sun Lutang, então conhecido principalmente pela mestria na "boxe dos oito trigramas" (ba-gua quan) e no "boxe do corpo e do pensamento" (xingyi quan). Só posteriormente o próprio Sun Lutang iria fundar um estilo de Taiji Quan. Sun Lutang falou-lhe, portanto, de Yang Chengfu, e Chen Weiming estudou com Yang, durante sete anos, o pequeno e o grande encadeamentos. Em seguida, em 1924, Chen Weiming foi oficialmente para Xangai a fim de ensinar o Taiji Quan em troca de honorários. Em 1925, ali fundou a "sociedade das artes marciais de extrema flexibilidade" (zhirau quanshe) e continuou difundindo o Taiji Quan da escala Yang. Na principio, o Taiji Quan, pouco divulgado em Xangai, era até desprezado, pois lhe chamavam a "técnica de combate com os demônios" (mie gui Quan), e seus adeptas o praticavam mais ou menos escondidos. Nessa época, pouquíssimas mulheres nele se adestravam. Depois disso, vários mestres célebres, entre os quais Yang Chengfu e Yang Shaohou, foram para Xangai, ande formaram muitos discípulos, alguns dos quais fizeram do Taiji Quan uma profissão, ensinando-a nos parques ou fundando associações que visavam ao seu ensino e propagação Nos anos 30 a 35, registrou-se a introdução do ensino da Taiji Quan em estabelecimentos de ensino secundário e nas escolas de professares de educação física.

domingo, 26 de julho de 2009

"JÁ ALGUMA VEZ TIVESTE QUE A USAR?"

É sempre a primeira pergunta que eles fazem, depois de lhes dizermos que praticamos artes marciais. "Já alguma vez tiveste que a usar?" Apesar de estar seguro que estas pessoas têm boas intenções, e que provavelmente só querem demonstrar interesse, elas não sabem a falta de compreensão que tal pergunta revela. Para muitas pessoas, a arte marcial é como um instrumento que carregamos à volta do cinto, uma arma para ser quebrada em tempos de sarilhos. Para mim, esta opinião acerca da nossa arte marcial é um pouco perturbadora.
Qualquer artista marcial sério, de qualquer estilo, compreende que a sua arte é um modo de vida. Nós praticamos exercícios de respiração no trânsito, fazemos uma preparação mental à medida que o professor nos entrega os exames, ou baixamo-nos para o chão para ver um gato alongar-se. Para muitos de nós, a arte marcial atrai-nos, não pelo seu aspecto físico - a aeróbica ou a dança seriam suficientes se isso fosse tudo o que quiséssemos - mas pelos seus componentes estratégicos, intelectuais e espirituais. Não devemos deixar ser categorizados tão limitadamente por pessoas que não percebem esta motivação. Para combater esta tendência, temos de compreender a sua fonte. Este editorial irá tentar dar uma breve descrição daquilo que acredito ser a fonte do problema, e irá oferecer algumas pequenas sugestões para dissipar esta ma interpretação sobre o nosso modo de vida.
Para muitas pessoas, o primeiro contato com as artes marciais é, provavelmente, feito através da televisão e dos filmes. Lembro-me do velho programa de televisão "Kung Fu" ser um dos meus favoritos quando era criança. Apesar de agora ter de admitir que o ponto forte do programa era a sua moralidade quase mística, e não os combates, as partes de combate eram o que eu e os meus amigos imitávamos no dia seguinte. Não se pode negar que a nossa arte é urna arte de combate; o uso controlado da agressão e a ameaça da violência estão no centro das nossas vidas, e isto é o que muitas pessoas vêm quando as examinam.
Contudo, é a auto-disciplina, o ímpeto e a ênfase na moralidade que nos separa das outras formas de violência organizada. Primeiro ensinamos a reconhecer uma situação potencialmente perigosa antes mesmo de esta se manifestar, e a tratar sempre os outros com respeito e humildade. Os artistas marciais sérios que tenho encontrado nos meus anos de estudo são tudo menos rufiões brutos à procura de brigas. Pelo contrário, quase todos eram indivíduos refinados e educados que procuravam, continuamente, melhorar-se em todos os aspectos concebíveis. As suas ações eram motivadas por um sentido de wude (moralidade marcial) e, nunca por sentido de auto-glorificação. Eles testemunharam a profunda mudança que as artes marciais podem trazer às suas vidas, e pretendem aplicar essa força construtiva ao maior número possível de áreas diferentes das suas vidas.
Para tornar a nossa arte mais aceita por um maior número de pessoas, temos de dominar este ímpeto e transformá-lo num objetivo de educação. Temos, primeiro, de nos empenhar em educar não só o grande público, corno a nós próprios. Um sábio lutador escreveu que uma pessoa de estratégia tem de conhecer todas as artes e tem de desenvolver uma compreensão de tudo. Educar-nos a nós mesmos para que possamos cruzar com os outros como lutadores acadêmicos, em vez de rufias arrogantes e intimidadores, é a forma mais eficaz e única de nos livrarmos da imagem estereotipada que o cinema e o público nos têm aplicado. Se estiveres na escola, fica. Se desistires, volta, ou pelo menos tenta alcançar um grau equivalente. E, finalmente, não importa quem ou onde estás, lê um livro, qualquer livro. A simples fome de conhecimento de qualquer tipo não só te irá melhorar, mas como elevar a nossa arte aos olhos do mundo. Desta forma, da próxima vez que uma pessoa te perguntar se alguma vez tiveste que a usar, poderás explicar-lhe que não é algo externo que nós usamos, como uma chave de fendas ou um martelo, mas sim, algo que nós incorporamos no nosso ser, e que o fato mais surpreendente é que não te lembras quando é que foi a última vez em que não a estiveste a usar.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Grão-mestre Yim Sheung Mo


Nascido em 1882 na cidade de Linxi, província de Guanzhou, aos 35 anos de idade Yim Sheung Mo já era um respeitado e conhecido mestre de Hung Gar, mas nesta mesma época o destino dos dois mestres se cruzaram numa situação inusitada.
Fato comum naquele tempo, Yim Sheung Mo ouviu sobre a reputação de um jovem mestre vindo do norte e resolveu desafiar Ku Yu Cheong para um combate amistoso; Yim Sheung Mo disparou diversos chutes e socos mas Ku Yu Cheong defendeu todos com apenas uma das mãos … ao contra-atacar, Ku Yu Cheong encostou no corpo de Yim Sheung Mo a vontade, que não conseguiu nem defender-se nem desviar dos ataques. Percebendo a superioridade do adversário, Yim Sheung Mo se desculpou, abandonou o seu estilo e tornou-se discípulo de Ku Yu Cheong.
Tornando-se um dos três herdeiros do conhecimento de Ku Yu Cheong, Yim Sheung Mo teve a oportunidade de aprender outros estilos, graças a reputação do seu professor; aprendeu Choy Li Fat Bak Sing com Tam Sam, Luo Hap e Chi Yi Mun com Mong Lai Sin.
A conselho de Ku Yu Cheong, Yim Sheung Mo mudou-se para Hong Kong em 1952 devido a instabilidade política da China, e lá recebeu a acolhida da família Chan, em que cuja casa passou a ministrar aulas; sua reputação cresceu rapidamente e logo tornou-se mestre conhecido em Hong Kong.


Famoso por suas habilidades marciais, Yim Sheung Mo também foi personagem de muitas estórias curiosas; num restaurante, Yim Sheung Mo perfurou uma xícara de porcelana com o dedo médio sem movê-la do lugar. Seu apelido era Yim "Cabeça-de-ferro" … numa vez, visitando antigos colegas de Hung Gar, Yim Sheung Mo fora apresentado a alunos mais novos de forma jocosa como "o mestre de Hung Gar que havia virado aluno de Shao Lin do Norte"; após terminar a sua visita, despediu-se dos presentes e abriu um buraco na parede com a sua cabeça e foi embora …
Yim Sheung Mo teve muitos alunos em Hong Kong, e deixou alguns representantes dos seus ensinamentos em todo o mundo; Chan Ning Ling, Choy Ning, Au Wing I, Wong Chia Man, Kwok Wing Lam e muitos outros, mas o que mais se destacou e tornou-se herdeiro de todo o seu conhecimento foi Mestre Chan Kowk Wai.
Yim Sheung Mo dedicou toda a sua vida ao ensino da arte marcial chinesa e deu aulas até seu último dia de vida, vindo a falecer em 1971 em Hong Kong.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Musculação para Artistas Marciais

É importante ressaltar que não estou taxando aqui o que é melhor ou pior para ninguém. Estou apenas ensinando alternativas de treinamento para artistas marciais e interessados, especificando sua forma de realização, e tipos de exercícios, de modo a melhorar o que deve ser melhorado e treinar da maneira correta para seu objetivo na musculação, cumprindo suas metas com maior êxito e no menor tempo possível. Qualquer prescrição precisa de atividade física deve ser realizada por um especialista respeitando as limitações e considerando os objetivos de cada um. Espero que as informações aqui expostas lhe ajudem.
Hoje a prática do fisiculturismo é muito comum nas academias, seja esta como atividade primária, secundária ou esporádica. Os homens buscam esta prática geralmente com o objetivo de hipertrofia muscular (aumento de massa muscular) ou definição muscular, e as mulheres geralmente com o objetivo de modelagem estética ou emagrecimento. Os objetivos diferem, mas uma coisa é certa e comum: a musculação nas academias move multidões com o sonho do corpo perfeito. Praticando adequadamente e com orientação, qualquer objetivo certamente será cumprido.
No caso do artista marcial, a musculação entra como um complemento. Quando já se tem uma técnica lapidada e não se tem muito que melhorar, é comum se treinar então o aumento da força via musculação; ou quando a técnica é pouca, compensa-se com força; ou ainda para evoluir gradativamente técnica e força. E, em se tratando de treinamento de força, a musculação é singular. Tudo isso é muito bom e conceitualmente perfeito: aliar o treinamento de técnica com o de força muscular. Porém, será que o artista marcial treina da maneira certa? A musculação ajudará ou atrapalhará a performance dos praticantes das Artes Marciais? Com certeza, se realizada indevidamente a musculação atrapalhará qualquer treinamento paralelo. No caso do artista marcial tornando o praticante lento, e sem seqüência, ficando assim vulnerável a um atacante ágil ou habilidoso. Pode parecer estranho, mas acontece muito quando não se é cauteloso na seleção de objetivos e no traço dos treinos de musculação.
Para que isso não ocorra, os objetivos de um artista marcial praticante de musculação devem ser devidamente direcionados. Tudo na musculação gira em torno dos objetivos; portanto, trace os seus corretamente ou procure um especialista para tanto. Caso seu objetivo seja priorizar a musculação, não perca tempo lendo o restante do texto. Caso sua primícia sejam as Artes Marciais e a musculação é tão somente um apoio/complemento, então entenda que você não deve treinar musculação como as pessoas que buscam hipertrofia ou definição, pois seu objetivo é outro! Você deve buscar na musculação o que mais lhe ajudará e mais se assemelha à necessidade das Artes Marciais. Em geral, o artista marcial necessita de: 1º: Explosão, 2º: Resistência, 3º: Força; nesta ordem. Ironicamente a força muscular é a mais fácil de se adquirir e normalmente a mais treinada nas academias, a resistência muscular é um pouco mais difícil de se conquistar e menos treinada, e, o mais difícil de se ver alguém treinando e de se munir é a explosão muscular.
Além do seu principal objetivo na musculação, trace objetivos secundários e terciários a serem cumpridos (metas). Por exemplo, aumentar a carga do exercício E em três meses; ou, mudar a série do exercício F para supersérie em dois meses; ou ainda, fragmentar o treino de dois dias por semana para três dias por semana em um mês.
Treinando musculação de forma a desenvolver explosão muscular: É quase impossível você ver alguém treinar musculação com este objetivo, e afirmo que muitos instrutores de musculação não têm a menor noção de como e para que se treina isso. Por isso adianto que você encontrará certa resistência para concretizar este treinamento.Para se treinar explosão deve-se aplicar uma resistência no movimento agonista (início do movimento) e rapidamente/subitamente extinguir tal resistência, de modo a musculatura executar um movimento brusco (explosivo) no sentido contrário à anterior resistência. O movimento antagonista (retorno) deve ser rápido mas sem explosão. Exemplo: No supino reto (peitoral) com barra, inicialmente sem peso algum (somente a barra), com um auxiliar segurando na barra pressionando-a para baixo, de modo ao executor do exercício explosivo não suportar ergue-lo (realizar esta resistência ao músculo agonista por três segundos), o auxiliar que aplicara a resistência na barra subitamente solta a mesma, de modo que o executor do exercício explosivo executará uma rápida movimentação no sentido que desejava. Após se familiarizar com o exercício aumente o peso da carga (Caso você tenha um Teste de Força Máxima recente, aplique de 30 a 40% da carga nele alcançada). Pois bem, este é um exemplo, faça sua série adaptando os exercícios a esta forma de execução, pois somente assim se treina explosão muscular. Nunca faça isso em máquinas, pois elas provavelmente não aguentarão o impacto e certamente com o tempo serão danificadas. Dê preferência para alteres e anilhas, barras e aparelhos sem roldanas. Execute 4 séries de 12 repetições para grupos musculares grandes e 3 séries de 10 repetições para grupos musculares pequenos. No caso dos iniciantes em fisiculturismo execute inicialmente um trabalho de base para depois de no mínimo três meses aplicar o treino de explosão muscular. Treinando musculação de forma a desenvolver resistência muscular: O treinamento de resistência muscular é mais demorado que o de força, pois se executam mais repetições de cada exercício; a carga é menor e a velocidade de movimentação geralmente é maior. Caso você tenha um Teste de Força Máxima recente, aplique de 10 a 30% da carga nele alcançada. Execute os exercícios com simetria e respirando a cada ciclo de movimento. Para grupos musculares grandes execute de 5 a 6 séries de no mínimo 30 repetições; para grupos musculares pequenos execute de 4 a 5 séries de no mínimo 20 repetições. Lembre-se que a carga deve ser baixa, e, ás vezes, nenhuma. Exemplo: Elevação lateral dos braços (ombro), sem peso algum (só o peso dos braços já oferece uma resistência), com 6 séries de 50 repetições. Treinando musculação de forma a desenvolver força muscular: Em geral são poucas séries com poucas repetições em cada exercício e uma carga grande (difícil desde a primeira contração). Realize os exercícios de forma lenta e concentrada, sentindo o músculo que está sendo trabalhado. Execute apinéia (prenda a respiração) durante todo ciclo de movimento do exercício ou somente na fase agonista (início do movimento). Sendo necessário, peça a ajuda de alguém para erguer um peso grande demais que você não está conseguindo fazê-lo sozinho, não tenha vergonha. Acidentes já ocorreram em academias por excesso de peso nos exercícios. Não abuse, nem exagere. A carga deve ser grande, mas nunca no seu limite. Afinal, sua saúde e integridade física estão acima do ego. Caso você tenha um Teste de Força Máxima recente, aplique de 60 a 80% da carga nele alcançada. Para grupos musculares grandes execute de 3 a 4 séries de 6 a no máximo 12 repetições (o padrão são 8); para grupos musculares pequenos execute de 2 a 3 séries de 6 a 10 repetições. Exemplo: Rosca direta na barra W (bíceps), 2 séries de 10 repetições mais 1 série de 8 repetições (na terceira série aumenta-se ainda mais a carga).
Seguindo os objetivos descritos acima em sua ordem de importância, o treino de explosão ocupa 3/6 do ciclo de treinamento, o treino de resistência ocupa 2/6, e o de força somente 1/6. Exemplo: Treino A Treino B Treino C Treino D Treino E Treino F explosão resistência explosão força explosão resistência Portanto, na semana, pode-se montar a série de treinos assim: 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Sáb. ou 2ª 4ª 6ª 2ª 4ª 6ª ou 3ª 5ª Sáb. 3ª 5ª Sáb. ou 2ª 3ª 5ª 6ª 2ª 3ª Monte seu treino da forma mais adequada, conforme sua disponibilidade de tempo e gosto pessoal. Dica: Evite manter um intervalo maior que dois dias entre os treinos, isso produz ineficiência e baixa o rendimento de performance. Se você treinou na Sexta-feira por exemplo, procure treinar novamente na Segunda-feira, pois caso você treine somente na Terça-feira seu linear evolutivo reduzirá de escala. Em contrapartida procure deixar os músculos descansarem no mínimo 24 horas (o ideal são 48 horas). Treinar com músculos cansados leva à fadiga, dor muscular, mal estar, facilitando acidentes e lesionando o músculo (estiramento muscular, rompimento de tendão, etc.) Dica: Os músculos abdominais possuem fibras que somente através de muitas repetições produzir-se-á bons resultados. Exemplo: na 2ª, 4ª e 6ª feira treina-se força muscular localizada abdominal com 3 séries de 30 repetições com carga e com movimentos lentos; na 3ª, 5ª e Sáb. treina-se resistência muscular localizada abdominal com 5 séries de 100 repetições sem carga e com movimentos rápidos. Dica: Se você quer perder gordura na região abdominal execute exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, bicicleta, etc.). Se você tem protuberância abdominal execute exercícios abdominais. Em ambos os casos uma reeducação alimentar ajuda muito. Importante: O abdome não é uma coisa só. Ele se divide (para treinamento) em basicamente quatro porções: região supra abdominal (boca do estômago), região infra abdominal (abaixo do umbigo), regiões oblíqua esquerda e direita (abaixo dos músculos peitorais), regiões laterais direita e esquerda (ao lado das costelas flutuantes). Portanto não treine somente para uma destas regiões, mas sim para todas! Procure um especialista. Importante: Nunca se esqueça de alongar os músculos, principalmente os que irá treinar no dia, antes de iniciar. Realize um aquecimento geral e outro específico para o exercício que irá realizar. Após a atividade física alongue novamente a musculatura. Isso ajuda a prevenir lesões, câimbras e dores musculares.

por Alexandre Cruz

domingo, 12 de julho de 2009

Ku Lu Zan – Um Grande Mestre da Palma de Ferro


A lenda começa em 1931, uma péssima época para as artes marciais. A intervenção dos países do ocidente e as humilhações promovidas pelo Japão feriam gravemente o ego e a cultura dos chineses. A tragédia da rebelião dos boxers que degradaria para sempre a imagem do Kung-Fu aos olhos do mundo e o inevitável desinteresse pelas artes marciais que pareciam absurdas frente as armas de fogo. Afinal, defesa pessoal poderia ser facilmente adquirida com o mero porte de uma arma. Por que, então, gastar tempo e esforço treinando arduamente para conseguir a tão valiosa “invencibilidade” chinesa? O conceito de arte marcial na china parecia ferido e o respeito pela tradição também.

Até mesmo o imponente mosteiro budista de Shaolin foi incendiado e seus magníficos guerreiros tiveram que assistir ao rapto das mulheres dos vilarejos próximos que haviam buscado proteção no templo.

O caso do cavalo indomável: um circo chega no Parque da Melancia, em Cantão, e traz consigo um desafio cujo único propósito era humilhar os chineses e mostrar a inútil batalha contra o assédio vindo do Oeste. Um evento ocorrido nesse local haveria de restaurar para sempre a fé no milenar Kung-Fu.

Nessa época era normal nos circos combates entre humanos e cangurus boxeadores ou crocodilos, mas este em especial trazia um cavalo especialmente treinado para dar coices. O desafio, mediante recompensa, era sobreviver a um combate contra o cavalo que diziam ser indomável, existem outras versões que dizem que o desafio seria aguentar a três coices do cavalo sem desmaiar, muitos tentaram inutilmente resgatar ao menos parte da honra perdida, esse fato atraiu a atenção de Ku Lu Zan, mestre de Kung-Fu Shaolin do Norte e do estilo Sun de Tai-Chi-Chuan e membro da fraternidade nortista conhecida como “os cinco tigres do norte”, incapaz de tolerar o peso dos lutadores decidiu aceitar o desafio. A lenda conta que Ku Lu Zan deferiu um único golpe na barriga do cavalo que teve seus órgãos internos esfarelados sem nem mesmo que sua pele fosse afetada, esse fato somente fez aumentar a fama de Ku Lu Zan que já era muito conhecido pelo uso da “Palma de Ferro” sua técnica mais conhecida.

Ku Lu Zan tinha apenas 37 anos quando derrotou o cavalo em Cantão, seus primeiros passos no Kung-Fu começaram aos 16 anos logo depois da morte de seu pai Ku Li Zi, mestre no lendário estilo muçulmano do Tan-Tui, com quem somente treinou por dois anos. Seu treinamento continuou com o mestre Yim Kai Yum, dedicou onze anos ao estudo das técnicas “Punho de Shaolin” , “Corpo de Ferro de Shaolin” e “Palma de Ferro”.

Em 1929 a comunidade marcial chinesa, reunida, buscou restaurar uma parte da honra perdida promovendo um exame nacional de Kung-Fu sob os auspícios do Instituto Nacional de Artes Marciais de Nanjing. Os participantes competiriam em luta livre, combate, armas curtas e armas longas. Durante a fase final da competição não haveria diferenciação entre pesos, normas de segurança ou equipamentos de proteção. Ao final, Ku Lu Zan foi selecionado para o grupo de 15 atletas - os primeiros colocados no exame que passariam a representar as artes marciais chinesas.

Logo depois o mestre de Kung-Fu Shaolin Norte rumou para o sul da China junto com mais quatro integrantes do grupo dos 15 e passaram a ser chamados de “Cinco Tigres do Norte”. Ku Lu Zan abriu sua própria academia, a Escola de Artes Marciais de Guangzhou, e passou a se especializar cada vez mais nos estudos dos estilos internos e externos. Após algum tempo desenvolveu centenas de técnicas de aprendizado e tambem algumas técnicas de Chi Kung hoje conhecida como a rotina do “Pequeno Sino de Ouro”, apesar de tudo Ku Lu Zan ficou muito conhecido pela sua técnica de “Palma de Ferro” ainda mais depois do episódio do cavalo e quando ele quebrou 13 tijolos sem espaçamento em uma demonstração, relatos dizem que o golpe foi deferido suavemente e os tijolos se partiram sem fazer barulho.

Ku Lu Zan faleceu em 1962, aos 68 anos de idade. Sua arte sobreviveu através de sete discípulos: Chan Ham Man, Lau Kam Tong, Lun Chi Sheung, Poon Chu, Tse Chung Sang, Wu Siu Po e Yang Sheung Mo (mestre do grão-mestre Chan Kowk Wai) . Hoje, muitos alunos dos discípulos do Tigre do Norte dão aulas em vários lugares do mundo. Definitivamente, o Shaolin do Norte sobrevive através das novas gerações inspirado, fundamentalmente, pelo espírito do venerável mestre vindo do Norte.

Baseado no livro "Inside Kung-Fu (abril de 1997)"

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mantras e seus Sons de iluminação


Um mantra (tib. ngag / sngags, jap. shingon), proteção mental, é uma série de sílabas que invocam a energia de um buddha ou bodhisattva. A repetição de mantras no Vajrayana é tão importante que o budismo esotérico também é chamado Mantrayana, o Veículo do Mantra. Além do mantra, existe a sílaba semente (sânsc. bija), que sintetiza a essência mente iluminada.
. A relação entre a fala, a respiração e o mantra pode ser melhor demonstrada através do método pelo qual o mantra funciona. Um mantra é uma série de sílabas cujo poder reside em seu som; através da pronunciação repetida, pode-se obter controle sobre uma determinada forma de energia. A energia do indivíduo está fortemente ligada à energia externa, e uma pode influenciar a outra. (...) É possível influenciar a energia externa, efetuando os assim chamados "milagres". Tal atividade é realmente o resultado de se ter controle sobre a própria energia, através do qual se obtém a capacidade de comando sobre fenômenos externos. (Chögyal Namkhai Norbu, Dzogchen)
Para contar as recitações, geralmente se utiliza um rosário (sânsc. mala, tib. trengwa / phreng ba) de cento e oito contas. Na prática, considera-se que uma volta do rosário equivale a cem mantras; os oito restantes servem para compensar os mantras recitados distraidamente.
Os mantras nem sempre possuem um significado claro e muitos deles são compostos por sílabas aparentemente ininteligíveis. Mesmo assim, eles são efetivos porque ajudam a manter a mente quieta e pacífica, integrando-a automaticamente na concentração. Eles fazem a mente ser receptiva às vibrações muito sutis e, portanto, aumentam sua percepção. Sua recitação erradica as negatividades grosseiras e a verdadeira natureza das coisas pode ser refletida na claridade resultante em sua mente. (Lama Zopa Rinpoche, Wisdom Energy)
Recitamos e meditamos sobre o mantra, que é o som iluminado, a fala da divindade, a união do som com a vacuidade. (...) Ele não possui uma realidade intrínseca, é simplesmente a manifestação do som puro, experienciado simultaneamente com sua vacuidade. Através do mantra, não nos apegamos mais à realidade da fala e do som encontrados no cotidiano, mas os experienciamos como sendo vazios. Então, a confusão do aspecto da fala de nosso ser é transformada na consciência iluminada.
(Kalu Rinpoche, The Dharma)
Como atuam os mantras? O som exerce um poderoso efeito sobre nosso corpo e nossa mente. E pode acalmar-nos e dar-nos prazer ou ter influência desarmoniosa, gerando uma sensação sutil de irritação. O mantra é ainda mais poderoso do que um som comum: é como uma porta que se abre para a profundidade da experiencia. Visto que os mantras não têm sentido conceitual, não evocam respostas predeterminadas. Quando entoamos um mantra, ficamos livres para transcender os reflexos habituais. O som do mantra pode tranqüilizar a mente e os sentidos, relaxar o corpo e ligar-nos com uma energia natural e curativa.(Tarthang Tulku, A mente oculta da liberdade)
Em alguns sistemas hindus, diz-se que os mantras são sons primordiais que possuem poder em e por si mesmos. No tantra buddhista tibetano, os mantras não têm tal poder inerente — a menos que sejam recitados por alguém com uma mente focalizada, eles são apenas sons. Porém, para as pessoas com uma atitude adequada, os mantras podem ser poderosas ferramentas que ajudam no processo de transformação.
Os mantras são uma manifestação sonora nascida da vacuidade. Eles são o som autêntico da vacuidade OM MANI PEME HUNG é o coração da sabedoria de todos os Budas. É a quintessência das cinco famílias de Budas e dos mestres do segredo. As instruções que cada uma das seis sílabas encarna são a fonte de todas as qualidades e da beatitude, a raiz de toda realização proveitosa e feliz, o grande caminho em direção às existências superiores e à libertação."Ouvir, ainda que uma única vez, as seis sílabas da palavra perfeita, o coração de todo o dharma, permite atingir o estado sem retorno e tornar-se o barqueiro que libera os seres. Além disso, se um animal, seja ele uma formiga, escutar este mantra antes de morrer, renascerá, uma vez livre dessa existência, no Campo da Beatitude. Recordar uma só vez estas seis sílabas elimina - assim como o sol derrete a neve - toda as faltas e todos os véus dos atos nefastos acumulados no ciclo das existências em toda a eternidade, e conduz ao renascimento no Campo da Beatitude. Tocar apenas as letras do mantra é obter a iniciação dos Budas e dos inumeráveis bodhisattvas. Contemplá-lo uma única vez torna efetivas a escuta, a reflexão e a meditação. As aparências revelam-se como o dharmakaya, e abre-se o tesouro da atividade para o bem dos seres." Os mantras são freqüentemente os nomes de Budas, bodhisattvas ou de divindades. OM MANI PEME HUNG nada mais é que uma maneira de nomear TCHENREZI. De um ponto de vista absoluto, TCHENREZI não tem nome, mas, no domínio do relativo, da realidade guia, ele é designado por nomes, que são o vetor da sua compaixão, da sua graça e do poder das aspirações que formula para o bem dos seres. Assim, a recitação de seu nome transmite as qualidades de sua mente. Aqui reside a explicação do poder benéfico de seu mantra, que é também o seu nome. Assim como assimilamos nosso nome, tornamo-nos um com ele, da mesma maneira, no relativo, o mantra é idêntico á divindade. Eles constituem uma única e mesma realidade. O mantra recitado nada mais é que a própria divindade. Pela recitação, recebe-se a graça da divindade; pela visualização, recebe-se a mesma graça, sem diferença.Considera-se, em primeiro lugar, que cada uma das seis sílabas permite fechar a porta dos renascimentos dolorosos em um dos seis mundos da existência cíclica.
OM: representa o corpo de todos os Budas; é também o começo de todos os mantras; fecha a porta dos renascimentos no mundo dos deuses (devas); purifica os véus do corpo; é a prece dirigida aos corpos dos Budas; corresponde à paramita (virtude) da generosidade; corresponde ao Buda Ratnasambhava; relaciona-se àsabedoria da equanimidade.
MA: As sílabas Ma e Ni - MANI - significam "jóia" em sânscrito. fecha a porta dos renascimentos dos no mundo dos semi-deuses (asuras); purifica os véus da palavra; é a prece dirigida à palavra dos Budas; corresponde à paramita da ética; corresponde ao Buda Amoghasiddhi relaciona-se à sabedoria da atividade.
NI: fecha a porta dos renascimentos no mundo dos homens (manushyas); purifica os véus da mente; é a prece dirigida à mente dos Budas; corresponde à paramita da paciência; corresponde ao Buda Vajradhara; relaciona-se à sabedoria nascida de si mesma.
PE: As sílabas Pe e Me - PEME - segundo a pronúncia tibetana, ou PADME, segundo a pronúncia sânscrita, significam lótus; fecha a porta dos renascimentos no mundo dos animais purifica os véus das emoções conflituosas; é a prece dirigida às qualidades dos Budas; corresponde à paramita da diligência; corresponde ao Buda Vairocana; relaciona-se à sabedoria nascida do Dharmadatu.
ME: fecha a porta dos renascimentos no mundo dos espíritos ávidos (pretas); purifica os véus dos condicionamentos latentes; é a prece dirigida à atividade dos Budas; corresponde à paramita da concentração. corresponde ao Buda Amitabha; relaciona-se à sabedoria da discriminação
HUNG: Representa a mente de todos os Budas e freqüentemente conclui os mantras fecha a porta dos renascimentos no mundo dos infernos ; purifica o véu que cobre o conhecimento; é a prece que reúne a graça do corpo, da palavra, da mente, das qualidades e da atividade dos Budas; corresponde a paramita do conhecimento trascendental. corresponde ao Buda Akshobya. relaciona-se à sabedoria semelhante ao espelho.
Gerando a mente compassiva.
À nossa frente, o céu se preenche de magníficas nuvens claras, arco-íris e chuva de flores. No centro, encontra-se Tchenrezig, o sr. da compaixão, manifestando-se como uma luz radiante que ofusca nossa visão. Ao nosso redor está uma multidão de pessoas amigas, inimigas e aqueles que nos são indiferentes. Observe como todos os seres estão olhando para a luz infinita e se beneficiam da mesma. Com concentração direcionada para a luz, fale mentalmente ou em voz alta o mantra OM MANI PEME HUNG. Num segundo momento reflitamos: “Todos estes seres de alguma forma colaboraram para o meu bem-estar e o de minha família. Todos estão cada qual ao seu modo procurando a felicidade; o seu único desejo verdadeiro é fazer com que seu sofrimento acabe; porém, eles não sabem como fazer e, procurando a saída, sofrem ainda mais.” Após ter refletido desta forma, faça nascer em seu coração o desejo de consagrar cinco minutos por dia para o benefício de todos os seres, então repita mentalmente: "Este é o meu desejo - que todos eles encontrem seu caminho para a luz."
1. Que a luz invada seus corações e que pais e filhos parem de brigar. OM MANI PEME HUNG.
2. Que a luz clareie suas mentes para que encontrem as soluções para seus problemas. OM MANI PEME HUNG.
3. Que a luz penetre em cada uma de suas células e elimine suas doenças. OM MANI PEME HUNG.
4. Que a luz ajude a todos os doentes a se recuperar imediatamente; OM MANI PEME HUNG.
5. Que a luz ajude todos aqueles que estão morrendo neste momento a passar para o além sem dor nem sofrimento. OM MANI PEME HUNG.
6. Que a luz ajude a fazer parar o sofrimento de todos aqueles que neste momento estão nas mãos de torturadores e qualquer tipo de criminoso. OM MANI PEME HUNG.
Que a luz mostre o caminho da paciência e misericórdia a todos os líderes mundiais. OM MANI PEME HUNG. Depois de seus cinco minutos, visualize a luz penetrando em seu coração, tornando-se uma pequena esfera e, por fim, desaparecendo. Descanse e continue seu dia em paz.OM MANI PEME HUNG.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Campeonato Paraibano de Kung Fu/Wushu e Tai Chi Chuan

É o seguinte, no dia 19 de julho estará sendo sediado no ginásio poliesportivo do colégio Marista Pio X o V Campeonato Paraibano de Kung Fu. Nós como uma academia de kung fu podemos participar e devemos.

Para participar é preciso ser filiado a FEKEP(federação paraibana de kung fu), mas o que é preciso para se filiar? É preciso que deixe seu nome com Gaby para que o mesmo seja enviado para a FEKEP e que você preencha a ficha de inscrição com as devidas recomendações e que tenha pago a taxa para que seu nome seja classificado como filiado, o mesmo vale para quem ja teve seu nome cadastrado ano passado, é preciso pagar a taxa de refiliação. A taxa de cadastramento e de refiliação é R$20,00 , que deverão ser pagos a Gaby.

No campeonato o aluno poderá participar de quantas modalidades preferir sejam elas katis tradicionais, wushu moderno, estilo interno e modalidade livre. A taxa é de R$20,00 para uma modalidade e adição de R$10,00 por modalidade extra valendo também para Sanshou e Shuai Jiao.

Espero que vocês estejam lá para prestigiar a academia e que participem na medida do possível.
Boa sorte e bons treinos.

domingo, 5 de julho de 2009

Fatos Sobre o Dragão


Cultura

O dragão desempenha um papel significativo na cultura chinesa. Os antigos acreditavam ser o dragão um descendente dos céus, com poder para governar o cosmo em sua totalidade – céu e terra. O dragão, representando vida longa e prosperidade, foi geralmente associado ao poder do imperador chinês.

Sorte

Apesar de encarado como uma entidade benfazeja, o dragão, se ofendido, poderia causar desastres naturais ou eclipses solares. Para manter os dragões satisfeitos, os chineses preparavam grandes festivais pedindo por paz e riqueza. A dança do dragão, um antigo ritual de ano novo, é realizada para afastar os maus espíritos e chamar riqueza.

Perfil

Segundo as lendas, os dragões são feitos de diferentes tipos de animais como a cobra, a carpa, o camelo, cervo, coelho, touro, iguana, sapo, tigre e águia. As 9 características que identificam o dragão chinês são facilmente observáveis – cabeça semelhante à de um camelo, chifres de cervo, olhos de coelho, orelhas de touro, barriga de sapo, escamas de carpa, patas de tigre e garras de águia. Ele possui, ainda, um par de dentes caninos longos, feitos para tatear o fundo dos lagos que freqüenta.

Escamas e patas

Os dragões da tradição oriental possuem 117 escamas, 81 de polaridade yang e 36 de polaridade yin; isso determina seu caráter; Além disso, o número de patas é determinante das tradições de onde eles são oriundos: dragões com 5 patas são chineses, com 4 são coreanos ou indonésios e com 3, japoneses. Os dragões de 5 patas simbolizam o poder e, na China, recebem o nome de “dragões imperiais”. Há séculos, inclusive, um decreto imperial proibia qualquer pessoa, à exceção do imperador, de utilizar túnicas com a representação do dragão de 5 patas. Os faltosos poderiam ser condenados à morte.

Cores

As cores dos dragões chineses variam muito; os dragões do tipo Chiao, por exemplo, têm as costas listadas em verde e branco, os lados em amarelo e a barriga vermelha; outros dragões variam do verde ao dourado.

A pérola

Normalmente os dragões chineses são representados com uma pérola junto à boca, entre as garras ou sob o queixo. Aparentemente, a pérola é o elemento que lhe dá força, permitindo que eles subam aos céus. Há quem afirme que, simbolicamente, o dragão representa o elemento masculino – yang – e a pérola, o feminino – yin.

Peixes-dragão

Alguns dragões teriam nascido como carpas; como esses peixes saltam com extrema habilidade pelas corredeiras dos rios, acreditasse que alguns deles se transformem em peixes-dragões. Há, inclusive, um ditado chinês para indicar o sucesso de uma empresa que fala de peixes e dragões: “A carpa atravessou o portal do dragão”.

O Dragão-pai

Dragões-macho teriam a habilidade de se acasalar com fêmeas de outras espécies, gerando animais diferentes. Por exemplo: se um dragão se acasala com uma porca, gera um elefante.

Tipos de dragões

Há 4 tipos principais de dragões: Tien-lung, o dragão celestial, que protege os deuses; Shen-lung, o dragão espiritual, responsável pelas chuvas e ventos; Ti-lung, o dragão da terra, que controla os rios e as águas na Terra; e Fut´s –lung, o dragão dos subterrâneos, que guarda metais e pedras preciosos. Além disso, há 4 dragões ligados aos rios, conforme a região (norte, sul, leste e oeste). O comandante dos dragões que controlam os rios é o grande Chien-Tang, que possui sangue vermelho, uma juba de fogo e 900 pés de comprimento.

Os nove filhos do dragão

Segundo uma antiga lenda chinesa, o dragão possui 9 filhos com características muito especiais. São eles Haoxian, um dragão imprudente; Yazi, valente e belicoso (normalmente é usado na decoração das bainhas de espadas e punhais); Chiwen, que está sempre olhando para o horizonte (pode decorar pináculos); Pulao, que gosta de rugir (aparece em representações de sinos); Bixi, que gosta da companhia de outros seres; Quiniu, que gosta de música e é normalmente representado em instrumentos de corda; Suanmi, que gosta de fumaça e fogo e é representado em queimadores de incenso; e Jiaotu, que vive enrolado como um caracol e pode ser utilizado na decoração de portas.

A dieta do Dragão

Dragões são famintos por alimentos como bambu, leite, nata, carne de andorinha e arsênico. Normalmente não costumam devorar pessoas; ainda assim, a tradição diz ser arriscado andar de barco depois de ter comido carne de andorinhas. Guiados pelo cheiro, eles seriam capazes de engolir uma pessoa inteira!

Outro fato interessante: em 1611 a.C., o imperador da China nomeou o primeiro “tratador de dragões do reino”, encarregado de deixar alimentos em lagoas sagradas. O cargo gozou de enorme prestígio por séculos.
(fonte: china.com)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Fa Jing, a emissao de poder no kung fu



As artes marciais dispõem basicamente de um sustento teórico e um arsenal técnico. Quando praticamos nossa arte notamos claramente que nenhuma técnica pode ser utilizada com eficácia se carece de um sustento teórico que nos dar o “como” de se fazer com que essa estratégia realmente funcione.

Também notamos a importância que tem poder aplicar aos nossos golpes, técnicas e bloqueios, um forte poder.

No Wu Shu(arte marcial chinesa) em geral, se utilizam algumas palavras para descrever diferentes emissões de poder de golpe, deflexão, etc.

Em primeiro lugar temos Li, que significa “força” e se refere a força física, muscular, a que todos nos conhecemos. A que utilizamos regularmente.

Li é um poder a se desenvolver, como todos os demais, porque o praticante deve ser uma pessoa forte, independentemente do tipo de arte que pratique, apesar de que em sistemas como o Shaolin é uma força mais treinada e em estilos internos como Tai Chi, é deixada de lado quase que completamente.

O outro conceito a se entender é o Jing, que significa “a força treinada”, ou seja não é o poder proveniente do esforço físico e sim o que é proveniente da união sutil do esforço correto, técnica, concentração mental, respiração e etc.

Jing é equivalente no karatê ao Kime, é a força focada.

Não existe somente um Jing: existem vários tipos distintos de Jing, de acordo com o tipo de movimento que se usa para gerá-lo e o tipo de pensamento que se utiliza para desenvolvê-lo, etc.

Assim, temos estes dois conceitos:

      1. FA LI se refere a explosão da força com um fim determinado.

      2. FA JING é a explosão de algumas destas energias Jing.

      3. Existe um terceiro elemento que é o FA QI e que se refere a emissão de Qi com fins marciais, o qual não explicamos neste artigo.

Fa Jing é um termo frequentemente utilizado nos estilos internos como Tai Chi estilo Chen, Yang, etc., porém é um conceito que se usa em todo estilo de Kung Fu(Wu Shu) sem o qual o mesmo não teria aplicabilidade.

No entanto estamos falando dos estilos praticados em sua forma completa, não falo dos estilos de Tai Chi para a saúde que são os 99% do que se conhece como Tai Chi no mundo.

Muita gente somente associa o Fa Jing com exibições onde o professor empurra o aluno e este sai voando de maneira desproporcional, dando a impressão de que no empurrão se manifesta uma força interna misteriosa.

Temos que esclarecer que o Fa Jing é uma habilidade que se desenvolve de maneira mais anônima, no âmbito de um Kwon (instituto de prática marcial) e que um empurrão não é mais que uma demonstração desta habilidade, que não é nem misteriosa, nem inacessível para o praticante.

Como se aprende? De uma única maneira: com um professor que possa mostrar tal habilidade e que explique claramente como se gera, o qual será sem dúvida, com muito treinamento e durante muito tempo.

Basicamente o Fa Jing é a optimização de nossas capacidades concentradas na emissão de um tipo de poder, que cause um maior impacto no oponente, com um menos desgaste para o praticante que o emite.

Quando uma pessoa sai descontrolada após um empurrão, não é só uma questão de Fa Jing ou de potência. Nessa equação existem dois fatores:

      1. A capacidade do praticante de gerar o Jing(Fa Jing)

      2. A capacidade de escolher bem o momento, ângulo e sentido do empurrão, que são os outros 50% do assunto.

Quaisquer limitações em sua capacidade de gerar energia, irão afetar a sua reserva. Quanto mais habilidade, menos desgaste e maior capacidade em reduzir o esforço necessário para aplicar sua técnica marcial.

Para um praticante tradicional a emissão de energia destrutiva não será somente uma questão de golpear uma bolsa(saco de pancada). No entanto deve-se praticar a bolsa e tantos outros métodos... mas quando o elemento físico já está saturado com a prática, você deve inserir um outro elemento que é técnico, fusão do interno com o externo, corpo com mente, cujo resultado será o desenvolvimento do FA JING.

Autor: Horácio Di Renzo

Crédito: http://boletinkaimen.blogspot.com/

Tradução: Lucas Cavalcanti