quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mantras e seus Sons de iluminação


Um mantra (tib. ngag / sngags, jap. shingon), proteção mental, é uma série de sílabas que invocam a energia de um buddha ou bodhisattva. A repetição de mantras no Vajrayana é tão importante que o budismo esotérico também é chamado Mantrayana, o Veículo do Mantra. Além do mantra, existe a sílaba semente (sânsc. bija), que sintetiza a essência mente iluminada.
. A relação entre a fala, a respiração e o mantra pode ser melhor demonstrada através do método pelo qual o mantra funciona. Um mantra é uma série de sílabas cujo poder reside em seu som; através da pronunciação repetida, pode-se obter controle sobre uma determinada forma de energia. A energia do indivíduo está fortemente ligada à energia externa, e uma pode influenciar a outra. (...) É possível influenciar a energia externa, efetuando os assim chamados "milagres". Tal atividade é realmente o resultado de se ter controle sobre a própria energia, através do qual se obtém a capacidade de comando sobre fenômenos externos. (Chögyal Namkhai Norbu, Dzogchen)
Para contar as recitações, geralmente se utiliza um rosário (sânsc. mala, tib. trengwa / phreng ba) de cento e oito contas. Na prática, considera-se que uma volta do rosário equivale a cem mantras; os oito restantes servem para compensar os mantras recitados distraidamente.
Os mantras nem sempre possuem um significado claro e muitos deles são compostos por sílabas aparentemente ininteligíveis. Mesmo assim, eles são efetivos porque ajudam a manter a mente quieta e pacífica, integrando-a automaticamente na concentração. Eles fazem a mente ser receptiva às vibrações muito sutis e, portanto, aumentam sua percepção. Sua recitação erradica as negatividades grosseiras e a verdadeira natureza das coisas pode ser refletida na claridade resultante em sua mente. (Lama Zopa Rinpoche, Wisdom Energy)
Recitamos e meditamos sobre o mantra, que é o som iluminado, a fala da divindade, a união do som com a vacuidade. (...) Ele não possui uma realidade intrínseca, é simplesmente a manifestação do som puro, experienciado simultaneamente com sua vacuidade. Através do mantra, não nos apegamos mais à realidade da fala e do som encontrados no cotidiano, mas os experienciamos como sendo vazios. Então, a confusão do aspecto da fala de nosso ser é transformada na consciência iluminada.
(Kalu Rinpoche, The Dharma)
Como atuam os mantras? O som exerce um poderoso efeito sobre nosso corpo e nossa mente. E pode acalmar-nos e dar-nos prazer ou ter influência desarmoniosa, gerando uma sensação sutil de irritação. O mantra é ainda mais poderoso do que um som comum: é como uma porta que se abre para a profundidade da experiencia. Visto que os mantras não têm sentido conceitual, não evocam respostas predeterminadas. Quando entoamos um mantra, ficamos livres para transcender os reflexos habituais. O som do mantra pode tranqüilizar a mente e os sentidos, relaxar o corpo e ligar-nos com uma energia natural e curativa.(Tarthang Tulku, A mente oculta da liberdade)
Em alguns sistemas hindus, diz-se que os mantras são sons primordiais que possuem poder em e por si mesmos. No tantra buddhista tibetano, os mantras não têm tal poder inerente — a menos que sejam recitados por alguém com uma mente focalizada, eles são apenas sons. Porém, para as pessoas com uma atitude adequada, os mantras podem ser poderosas ferramentas que ajudam no processo de transformação.
Os mantras são uma manifestação sonora nascida da vacuidade. Eles são o som autêntico da vacuidade OM MANI PEME HUNG é o coração da sabedoria de todos os Budas. É a quintessência das cinco famílias de Budas e dos mestres do segredo. As instruções que cada uma das seis sílabas encarna são a fonte de todas as qualidades e da beatitude, a raiz de toda realização proveitosa e feliz, o grande caminho em direção às existências superiores e à libertação."Ouvir, ainda que uma única vez, as seis sílabas da palavra perfeita, o coração de todo o dharma, permite atingir o estado sem retorno e tornar-se o barqueiro que libera os seres. Além disso, se um animal, seja ele uma formiga, escutar este mantra antes de morrer, renascerá, uma vez livre dessa existência, no Campo da Beatitude. Recordar uma só vez estas seis sílabas elimina - assim como o sol derrete a neve - toda as faltas e todos os véus dos atos nefastos acumulados no ciclo das existências em toda a eternidade, e conduz ao renascimento no Campo da Beatitude. Tocar apenas as letras do mantra é obter a iniciação dos Budas e dos inumeráveis bodhisattvas. Contemplá-lo uma única vez torna efetivas a escuta, a reflexão e a meditação. As aparências revelam-se como o dharmakaya, e abre-se o tesouro da atividade para o bem dos seres." Os mantras são freqüentemente os nomes de Budas, bodhisattvas ou de divindades. OM MANI PEME HUNG nada mais é que uma maneira de nomear TCHENREZI. De um ponto de vista absoluto, TCHENREZI não tem nome, mas, no domínio do relativo, da realidade guia, ele é designado por nomes, que são o vetor da sua compaixão, da sua graça e do poder das aspirações que formula para o bem dos seres. Assim, a recitação de seu nome transmite as qualidades de sua mente. Aqui reside a explicação do poder benéfico de seu mantra, que é também o seu nome. Assim como assimilamos nosso nome, tornamo-nos um com ele, da mesma maneira, no relativo, o mantra é idêntico á divindade. Eles constituem uma única e mesma realidade. O mantra recitado nada mais é que a própria divindade. Pela recitação, recebe-se a graça da divindade; pela visualização, recebe-se a mesma graça, sem diferença.Considera-se, em primeiro lugar, que cada uma das seis sílabas permite fechar a porta dos renascimentos dolorosos em um dos seis mundos da existência cíclica.
OM: representa o corpo de todos os Budas; é também o começo de todos os mantras; fecha a porta dos renascimentos no mundo dos deuses (devas); purifica os véus do corpo; é a prece dirigida aos corpos dos Budas; corresponde à paramita (virtude) da generosidade; corresponde ao Buda Ratnasambhava; relaciona-se àsabedoria da equanimidade.
MA: As sílabas Ma e Ni - MANI - significam "jóia" em sânscrito. fecha a porta dos renascimentos dos no mundo dos semi-deuses (asuras); purifica os véus da palavra; é a prece dirigida à palavra dos Budas; corresponde à paramita da ética; corresponde ao Buda Amoghasiddhi relaciona-se à sabedoria da atividade.
NI: fecha a porta dos renascimentos no mundo dos homens (manushyas); purifica os véus da mente; é a prece dirigida à mente dos Budas; corresponde à paramita da paciência; corresponde ao Buda Vajradhara; relaciona-se à sabedoria nascida de si mesma.
PE: As sílabas Pe e Me - PEME - segundo a pronúncia tibetana, ou PADME, segundo a pronúncia sânscrita, significam lótus; fecha a porta dos renascimentos no mundo dos animais purifica os véus das emoções conflituosas; é a prece dirigida às qualidades dos Budas; corresponde à paramita da diligência; corresponde ao Buda Vairocana; relaciona-se à sabedoria nascida do Dharmadatu.
ME: fecha a porta dos renascimentos no mundo dos espíritos ávidos (pretas); purifica os véus dos condicionamentos latentes; é a prece dirigida à atividade dos Budas; corresponde à paramita da concentração. corresponde ao Buda Amitabha; relaciona-se à sabedoria da discriminação
HUNG: Representa a mente de todos os Budas e freqüentemente conclui os mantras fecha a porta dos renascimentos no mundo dos infernos ; purifica o véu que cobre o conhecimento; é a prece que reúne a graça do corpo, da palavra, da mente, das qualidades e da atividade dos Budas; corresponde a paramita do conhecimento trascendental. corresponde ao Buda Akshobya. relaciona-se à sabedoria semelhante ao espelho.
Gerando a mente compassiva.
À nossa frente, o céu se preenche de magníficas nuvens claras, arco-íris e chuva de flores. No centro, encontra-se Tchenrezig, o sr. da compaixão, manifestando-se como uma luz radiante que ofusca nossa visão. Ao nosso redor está uma multidão de pessoas amigas, inimigas e aqueles que nos são indiferentes. Observe como todos os seres estão olhando para a luz infinita e se beneficiam da mesma. Com concentração direcionada para a luz, fale mentalmente ou em voz alta o mantra OM MANI PEME HUNG. Num segundo momento reflitamos: “Todos estes seres de alguma forma colaboraram para o meu bem-estar e o de minha família. Todos estão cada qual ao seu modo procurando a felicidade; o seu único desejo verdadeiro é fazer com que seu sofrimento acabe; porém, eles não sabem como fazer e, procurando a saída, sofrem ainda mais.” Após ter refletido desta forma, faça nascer em seu coração o desejo de consagrar cinco minutos por dia para o benefício de todos os seres, então repita mentalmente: "Este é o meu desejo - que todos eles encontrem seu caminho para a luz."
1. Que a luz invada seus corações e que pais e filhos parem de brigar. OM MANI PEME HUNG.
2. Que a luz clareie suas mentes para que encontrem as soluções para seus problemas. OM MANI PEME HUNG.
3. Que a luz penetre em cada uma de suas células e elimine suas doenças. OM MANI PEME HUNG.
4. Que a luz ajude a todos os doentes a se recuperar imediatamente; OM MANI PEME HUNG.
5. Que a luz ajude todos aqueles que estão morrendo neste momento a passar para o além sem dor nem sofrimento. OM MANI PEME HUNG.
6. Que a luz ajude a fazer parar o sofrimento de todos aqueles que neste momento estão nas mãos de torturadores e qualquer tipo de criminoso. OM MANI PEME HUNG.
Que a luz mostre o caminho da paciência e misericórdia a todos os líderes mundiais. OM MANI PEME HUNG. Depois de seus cinco minutos, visualize a luz penetrando em seu coração, tornando-se uma pequena esfera e, por fim, desaparecendo. Descanse e continue seu dia em paz.OM MANI PEME HUNG.

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